Em vão do amado
filho que foge,
Vênus quer hoje
notícias ter.
Sagaz e astuto
ele se esconde
em parte aonde
ninguém o vê.
Dos sinais dados,
bem se conhece
que ele aborrece
a mãe que tem.
Se os seus defeitos
Ela publica,
razão lhe fica
de se ofender.
Foge o menino
e, disfarçado,
vive abrigado
numa cruel.
Com mil carícias
a ímpia o trata;
nem o desata
do peito seu.
Se a semelhança
sempre amor gera,
deve uma fera
outra acolher.
Ah! se o teu nome,
Marília, calo,
que de ti falo
bem podes crer.
Na lira Dirceu fala que o seu filho foge e se esconde a onde ninguem o vê, e ele se aborrece até com a mãe. E ele se ofende pelos seus proprios defeitos, mas mesmo assim o menino foge e vive disfarçado. e assim o amor deve conhecer um ao outro e assim Marília podes crer.
Características do arcadismo
• Fugere urbem (Fugir da cidade) : No primeiro paragrafo da Lira ll , fala que o filho de Dirceu fugiu e vênus quer noticias dele .
• No terceiro paragrafo fala que, o menino se aborrece facilmente até com a mãe .
• Convencionalismo amoroso
E no sétimo paragrafo da Lira, fala que , si as semelhança são iguais ao amor, deve um conhecer o outro .
Glossario:
Sagaz: Que possui sagacidade; perspicaz. Astuto e manhoso.
Ìnpia: Falta de piedade.
Stefanny Sarah- 1°C
Numero : 35
“Quem quiser ser feliz nos seus amores, siga os exemplos, que nos deram estes.”
sábado, 31 de agosto de 2013
Lira VI - Parte III
(Tradução)
Amor, que seus passos
ligeiro movia
por mil embaraços,
que um bosque tecia,
Nos ombros me acena
com brando raminho;
e logo me ordena
que siga o caminho.
Por entre a espessura
do bosque me avanço;
e atrás da ventura,
incauto, me lanço.
Já tinha calcado
os montes mais duros,
co peito rasgado
os rios escuros:
Eis que uma serpente,
a língua vibrando,
me crava o seu dente,
me deixa expirando.
Então, surpreendida
da dor que a traspassa,
minha alma ferida
aos beiços se passa.
As iras detesta
Amor. Isto vendo,
e as asas na testa
me bate, dizendo:
- Tu choras, tu gemes,
da serpe tocado,
e o braço não temes
de um númem irado?
Na Lira o autor fala da natureza e escreve versos para Marília, onde relembra e descreve gestos dela como por exemplo nos seguintes versos:
''Amor, que seus passos
ligeiro movia''.
''Nos ombros me acena
com brando raminho''.
Dirceu também demonstra a dor por ser picado por uma serpente nos seguintes versos:
''Eis que uma serpente,
a língua vibrando,
me crava o seu dente,
me deixa expirando''.
''Então, surpreendida
da dor que a traspassa,
minha alma ferida
aos beiços se passa''.
Por fim Dirceu chora e geme de dor.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
• Valorização da vida no campo ( Bucolismo): Exalta as belezas da vida no campo. É possível ver essa característica na primeira estrofe onde o autor fala sobre o Bosque.
• Fugir da cidade (Fugere urbem):O autor se desloca da vida agitada e corrida da cidade e vai para a calma zona rural.
• Linguagem simples: Usa-se simplicidade com relação às palavras.
SITUAÇÃO HISTÓRICA:
Em 1792, Gonzaga foi deportado para Moçambique.O poeta lamenta o seu trágico destino, afirmando sua inocência e reclamando das saudades de ''Marília'' e da liberdade.
Juliana Araujo
N°:19
1°C
Amor, que seus passos
ligeiro movia
por mil embaraços,
que um bosque tecia,
Nos ombros me acena
com brando raminho;
e logo me ordena
que siga o caminho.
Por entre a espessura
do bosque me avanço;
e atrás da ventura,
incauto, me lanço.
Já tinha calcado
os montes mais duros,
co peito rasgado
os rios escuros:
Eis que uma serpente,
a língua vibrando,
me crava o seu dente,
me deixa expirando.
Então, surpreendida
da dor que a traspassa,
minha alma ferida
aos beiços se passa.
As iras detesta
Amor. Isto vendo,
e as asas na testa
me bate, dizendo:
- Tu choras, tu gemes,
da serpe tocado,
e o braço não temes
de um númem irado?
Na Lira o autor fala da natureza e escreve versos para Marília, onde relembra e descreve gestos dela como por exemplo nos seguintes versos:
''Amor, que seus passos
ligeiro movia''.
''Nos ombros me acena
com brando raminho''.
Dirceu também demonstra a dor por ser picado por uma serpente nos seguintes versos:
''Eis que uma serpente,
a língua vibrando,
me crava o seu dente,
me deixa expirando''.
''Então, surpreendida
da dor que a traspassa,
minha alma ferida
aos beiços se passa''.
Por fim Dirceu chora e geme de dor.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
• Valorização da vida no campo ( Bucolismo): Exalta as belezas da vida no campo. É possível ver essa característica na primeira estrofe onde o autor fala sobre o Bosque.
• Fugir da cidade (Fugere urbem):O autor se desloca da vida agitada e corrida da cidade e vai para a calma zona rural.
• Linguagem simples: Usa-se simplicidade com relação às palavras.
SITUAÇÃO HISTÓRICA:
Em 1792, Gonzaga foi deportado para Moçambique.O poeta lamenta o seu trágico destino, afirmando sua inocência e reclamando das saudades de ''Marília'' e da liberdade.
GLOSSÁRIO:
Incauto: Algo ou alguém que não demonstra malícia, nem perversidade.
Calcado: Característica do ou que foi esmagado , pisado ou premido.
Tecia: Enreidava; Intrigava; Tramava;Urdia.
N°:19
1°C
Lira IV - Parte III
Amor por acaso
a um pouso chegava,
aonde acolhida
a Morte se achava.
Risonhos e alegres,
os braços se deram,
e as armas unidas
num sítio puseram.
De empresas tamanhas
cansados já vinham,
e em larga conversa
a noite entretinham.
Um conta que há pouco
a seta aguçada
em uma beleza
deixara empregada.
Diz outro que as flechas
cravara no peito
de um grande, que teve
o mundo sujeito.
Enquanto das forças
cada um presumia,
seus membros já lassos
o sono rendia.
Dormindo tranqüilos,
a noite passaram,
e inda antes da aurora
com ânsia acordaram.
- É tempo que o leito
deixemos, ó Morte –
Amor, já erguido,falou desta sorte.
- É tempo, - em reposta
a Morte repete –
que à nossa fadiga
dormir não compete.
As armas colhamos,
voltemos ao giro:
cada um a seu gosto
empregue o seu tiro.
Vão, inda cos olhos
em sono turbados,
ao sítio em que os ferros
estão pendurados.
Amor para as setas
da Morte se enclina;
de Amor logo a Morte
co’as flechas atina.
Oh! golpes tiramos!
oh! mãos homicidas!
são tiros da Morte
de Amor as feridas.
De um sonho, que pinto,
Marília, conhece
se amor, ou se morte
esta alma padece.
Na lira, Dirceu fala que teve um sonho com a morte e com o amor. Diz que os dois andavam lado a lado, como bons amigos, cada um com suas armas e utensílios. Dirceu conta que no sonho, a morte fere o amor com um tiro. No final, Dirceu fala para Marília que sua alma é atormentada por amor e por morte.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
a um pouso chegava,
aonde acolhida
a Morte se achava.
Risonhos e alegres,
os braços se deram,
e as armas unidas
num sítio puseram.
De empresas tamanhas
cansados já vinham,
e em larga conversa
a noite entretinham.
Um conta que há pouco
a seta aguçada
em uma beleza
deixara empregada.
Diz outro que as flechas
cravara no peito
de um grande, que teve
o mundo sujeito.
Enquanto das forças
cada um presumia,
seus membros já lassos
o sono rendia.
Dormindo tranqüilos,
a noite passaram,
e inda antes da aurora
com ânsia acordaram.
- É tempo que o leito
deixemos, ó Morte –
Amor, já erguido,falou desta sorte.
- É tempo, - em reposta
a Morte repete –
que à nossa fadiga
dormir não compete.
As armas colhamos,
voltemos ao giro:
cada um a seu gosto
empregue o seu tiro.
Vão, inda cos olhos
em sono turbados,
ao sítio em que os ferros
estão pendurados.
Amor para as setas
da Morte se enclina;
de Amor logo a Morte
co’as flechas atina.
Oh! golpes tiramos!
oh! mãos homicidas!
são tiros da Morte
de Amor as feridas.
De um sonho, que pinto,
Marília, conhece
se amor, ou se morte
esta alma padece.
Na lira, Dirceu fala que teve um sonho com a morte e com o amor. Diz que os dois andavam lado a lado, como bons amigos, cada um com suas armas e utensílios. Dirceu conta que no sonho, a morte fere o amor com um tiro. No final, Dirceu fala para Marília que sua alma é atormentada por amor e por morte.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
- Linguagem simples: Na lira, o uso de linguagem simples é predominante.
SITUAÇÃO HISTÓRICA: Percebe-se que essa lira foi escrita depois que Tomás foi deportado pela forma como ele se expressa na lira, com pessimismo e infelicidade.
GLOSSÁRIO:
- Padecer: ser atormentado, martirizado, afligido, sofrer, suportar.
- Turbado: Desassossegado, inquieto, perturbado.
Nancy Barros
Número 29
1º "C"
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Lira IX - Parte II
Eu sou, gentil Marília, eu sou cativo;
Porém não me venceu a mão armada
De ferro, e de furor:
Uma alma sobre todas elevada
Não cede a outra força, que não seja.
A tenra mão de amor.
Arrastem, pois os outros muito embora.
Cadeias nas bigornas trabalhadas
Com pesados martelos:
Eu tenho as minhas mão ao carro atadas
Com duros ferros não, com fios d’ouro,
Que são os teus cabelos.
Oculto nos teus meigos vivos olhos
Cupido a tudo faz tirana guerra:
Sacode a seta ardente;
E sendo despedida cá da terra,
As nuvens rompe, chega ao alto Empíreo:
E chega ainda quente.
As abelhas nas asas suspendidas
Tiram Marília, os sucos saborosos.
Das orvalhadas flores:
Pendentes dos teus beijos graciosos
O mel não chupam, chupam ambrosias.
Nunca fartos Amores.
O Vento quando parte em largas fitas
As folhas, que meneia com brandura;
A fonte cristalina,
Que sobre as pedras cai de imensa altura,
Não forma um som tão doce, como forma.
A tua voz divina.
Em torno dos teus peitos, que palpitam,
Exaltam mil suspiros desvelados
Enxames de desejos;
Se encontram os teus olhos descuidados,
Por mais que se atropelem, voam, chegam;
E dão furtivos beijos.
O Cisne, quando corta o manso largo,
Erguendo as brancas asas, e o pescoço;
A Nau, que ao longe passa,
Quando o vento lhe infuna o pano grosso,
O teu garbo não tem, minha Marília,
Não tem a tua graça.
Estima pois os mais a liberdade;
Eu prezo o cativeiro: sim, nem chamo.
À mão de amor impia:
Honro a virtude, e os teus dotes amo:
Também o grande Aquiles veste a saia,
Também Alcides fia.
Interpretação
Dirceu fala sobre sua visão sobre Marília, e como é difícil para
que ele chegue a o nível dela, que no caso e bem difícil, pois ele terá que
passar por várias dificuldades com “paus e ferros” contando com a ajuda do destino,
e ate mesmo do cupido...
Contexto
Histórico
Foi escrito na Inconfidência Mineira.
Glossário
Tenra: Que facilmente pode ser cortado ou partido.
Bigornas: Peça de ferro em que se malham e amoldam metais.
Tirano: Soberano, injusto e cruel.
Orvalhadas: Orvalho
matinal, geada.
Ambrosias: Qualidade de brando, doçura.
Ímpia: Que ou quem não tem religião. = ATEU, HEREGE, INCRÉDULO, IRRELIGIOSO ≠ CRENTE, PIO, RELIGIOSO.
Sara Souza-34
1º c
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Lira II - Parte II
Esprema a vil calúnia muito embora
Enter as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.
Chovam raios e raios, no meu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.
Podem muito, conheço, podem muito,
As fúrias infernais, que Pluto move;
Mas pode mais que todas
Um dedo só de Jove.
Este Deus converteu em flor mimosa,
A quem seu nome dera, a Narciso;
Fez de muitos os Astros,
Qu’inda no Céu diviso.
Ele pode livrar-me das injúrias
Do néscio, do atrevido ingrato povo;
Em nova flor mudar-me,
Mudar-me em Astro novo.
Porém se os justos Céus, por fins ocultos,
Em tão tirano mal me não socorrem;
Verás então, que os sábios,
Bem como vivem, morrem.
Eu tenho um coração maior que o mundo!
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração..., e basta,
Onde tu mesma cabes.
Enter as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.
Chovam raios e raios, no meu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.
Podem muito, conheço, podem muito,
As fúrias infernais, que Pluto move;
Mas pode mais que todas
Um dedo só de Jove.
Este Deus converteu em flor mimosa,
A quem seu nome dera, a Narciso;
Fez de muitos os Astros,
Qu’inda no Céu diviso.
Ele pode livrar-me das injúrias
Do néscio, do atrevido ingrato povo;
Em nova flor mudar-me,
Mudar-me em Astro novo.
Porém se os justos Céus, por fins ocultos,
Em tão tirano mal me não socorrem;
Verás então, que os sábios,
Bem como vivem, morrem.
Eu tenho um coração maior que o mundo!
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração..., e basta,
Onde tu mesma cabes.
O autor durante todo o poema relata sofrimento, medo e
saudade, e que a única coisa que ainda o mantêm vivo é o amor que sente por Marília.
Dirceu fala do medo que sente o medo perturbador, e de como é infernal esta preso,
sem sua amada.O autor critica
as mentiras e o povo ingrato e ignorante e pede há Narciso para
que o livre das injurias. No final do poema Dirceu diz que Marília é formosa e que ela
cabe em seu coração.
CARATERÍSTICAS DO ARCADISMO:
• Uso de pseudônimos com frequência:O autor cita personagens mitológicos
como por exemplo Narciso ou O
Auto-Admirador , era um herói do território de Téspias, Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho.Ele cita também Jove o Deus Júpiter, e Pluto o Deus das riquezas.
SITUAÇÃO HISTÓRICA:
SITUAÇÃO HISTÓRICA:
O autor foi preso na época da inconfidência mineira.
GLOSSÁRIO:
Calúnia: Falsa acusação que fere a reputação, a honra; difamação.
Vil: Desprezível, Canalha, Infame , miserável e etc...
Denegridas: Escurecer , manchar.
Néscio: Ignorante , Estupido, sem competência,Incapaz , sem sentido.
Juliana Araujo
N°:19
1°C
N°:19
1°C
terça-feira, 20 de agosto de 2013
LIRA III - PARTE II.
Sucede, Marília bela,
À medonha noite o dia;
A estação chuvosa e fria
À quente seca estação.
Muda-se a sorte dos tempos;
Só a minha sorte não?
Os troncos nas Primaveras
Brotam em flores viçosos,
Nos Invernos escabrosos
Largam as folhas no chão.
Muda-se a sorte dos troncos;
Só a minha sorte não?
Aos brutos, Marília, cortam
Armadas redes os passos,
Rompem depois os seus laços,
Fogem da dura prisão.
Muda-se a sorte dos brutos;
Só a minha sorte não?
Nenhum dos homens conserva
Alegre sempre o seu rosto;
Depois das penas vem gosto,
Depois de gosto aflição.
Muda-se a sorte dos homens;
Só a minha sorte não?
Aos altos Deuses moveram
Soberbos Gigantes guerra;
No mais tempos o Céu, e a Terra
Lhes tributa adoração.
Muda-se a sorte dos Deuses;
Só a minha sorte não?
Há de, Marília, mudar-se
Do destino a inclemência;
Tenho por mim a inocência,
Tenho por mim a razão.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
O tempo, ó Bela, que gasta
Os troncos, pedras, e o cobre,
O véu rompe, com que encobre
À verdade a vil traição.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
Qual eu sou, verá o mundo;
Mais me dará do que eu tinha,
Tornarei a ver-te minha;
Que feliz consolação!
Não há de tudo mudar-se;
Só a minha sorte não
Na lira, Dirceu fala a Marília de como sua sorte é infeliz que enquanto passa seus dias e noites na prisão, a vida de todos muda e a sua não. Diz que a vida muda para os brutos, para os deuses, para os homens, menos para ele que continua seus dias de exílio.
Dirceu diz no final da lira que isso não ficará como está e que o mundo verá quem ele é e que lhe darão mais do que ele tinha. Diz que, para sua felicidade, tornará a ver Marília um dia e que aí sim sua sorte há de mudar.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
Durante a liras são percebidas as seguintes características:
GLOSSÁRIO:
À medonha noite o dia;
A estação chuvosa e fria
À quente seca estação.
Muda-se a sorte dos tempos;
Só a minha sorte não?
Os troncos nas Primaveras
Brotam em flores viçosos,
Nos Invernos escabrosos
Largam as folhas no chão.
Muda-se a sorte dos troncos;
Só a minha sorte não?
Aos brutos, Marília, cortam
Armadas redes os passos,
Rompem depois os seus laços,
Fogem da dura prisão.
Muda-se a sorte dos brutos;
Só a minha sorte não?
Nenhum dos homens conserva
Alegre sempre o seu rosto;
Depois das penas vem gosto,
Depois de gosto aflição.
Muda-se a sorte dos homens;
Só a minha sorte não?
Aos altos Deuses moveram
Soberbos Gigantes guerra;
No mais tempos o Céu, e a Terra
Lhes tributa adoração.
Muda-se a sorte dos Deuses;
Só a minha sorte não?
Há de, Marília, mudar-se
Do destino a inclemência;
Tenho por mim a inocência,
Tenho por mim a razão.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
O tempo, ó Bela, que gasta
Os troncos, pedras, e o cobre,
O véu rompe, com que encobre
À verdade a vil traição.
Muda-se a sorte de tudo;
Só a minha sorte não?
Qual eu sou, verá o mundo;
Mais me dará do que eu tinha,
Tornarei a ver-te minha;
Que feliz consolação!
Não há de tudo mudar-se;
Só a minha sorte não
Na lira, Dirceu fala a Marília de como sua sorte é infeliz que enquanto passa seus dias e noites na prisão, a vida de todos muda e a sua não. Diz que a vida muda para os brutos, para os deuses, para os homens, menos para ele que continua seus dias de exílio.
Dirceu diz no final da lira que isso não ficará como está e que o mundo verá quem ele é e que lhe darão mais do que ele tinha. Diz que, para sua felicidade, tornará a ver Marília um dia e que aí sim sua sorte há de mudar.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
Durante a liras são percebidas as seguintes características:
- A objetividade - Dirceu é objetivo e direto ao falar sobre sua sorte que nunca muda e sobre quando será quando ele sair da prisão e reencontrar o mundo e Marília novamente.
- A linguagem simples - Na lira o uso da linguagem simples é predominante. Não tem o uso de muitos pseudônimos e o formato da lira é simples.
- SOBERBO: Que tem soberba. Altivo; orgulhoso.
Grandioso; magnífico; sublime: um poema soberbo. - INCLEMÊNCIA: Falta de clemência; dureza, rigor, impiedade.
SITUAÇÃO HISTÓRICA: Quando escreveu a Segunda parte de seu livro "Marília de Dirceu", Tomás estava em pleno exílio por participar da Inconfidência Mineira, em 1789. Como é percebido nas liras da segunda parte do livro, Dirceu sempre se queixa de sua sorte e de sua vida, e de como sente falta de Marília.
Nancy Barros
Número - 29
1º C
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
ASSONÂNCIAS
(Lira X||)
''Molhar pretende.Debalde estende''... -----> Em E.
(Lira ||) ''Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto''...-----> Em O.
Stefanny Sarah - Numero 35
1°C
ASSONÂNCIAS
Lira V||
Aos negros olhos, que matam,
Não imitam, não retratam
(Em A)
Lira X||
E vem o gosto Fazer no rosto
(Em O)
Juliana Araujo -N° : 19
ASSONÂNCIAS
"Entremos, Amor, entremos,
Entremos na mesma Esfera..." (LIRA VII - ASSONÂNCIA EM E).
"Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!..." (LIRA I - ASSONÂNCIA EM A).
Entremos na mesma Esfera..." (LIRA VII - ASSONÂNCIA EM E).
"Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!..." (LIRA I - ASSONÂNCIA EM A).
Jhully Thays
Número - 17
1º C
LIRA VII
Vou retratar a Marília,
A Marília, meus amores;
Porém como? Se eu não vejo
Quem me empreste as finas cores:
Dar-mas a terra não pode;
Não, que a sua cor mimosa
Vence o lírio, vence a rosa,
O jasmim, e as outras flores.
Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Mas não se esmoreça logo;
Busquemos um pouco mais;
Nos mares talvez se encontrem
Cores, que sejam iguais.
Porém não, que em paralelo
Da minha Ninfa adorada
Pérolas não valem nada,
E nada valem corais.
. Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Só no Céu achar-se podem
Tais belezas, como aquelas,
Que Marília tem nos olhos,
E que tem nas faces belas.
Mas às faces graciosas,
Aos negros olhos, que matam,
Não imitam, não retratam
Nem Auroras, nem Estrelas.
Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Entremos, Amor, entremos,
Entremos na mesma Esfera,
Venha Palas, venha Juno,
Venha a Deusa de Citera,
Porém não, que se Marília
No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse,
A todas as três vencera.
Vai-te, Amor, em vão socorres
Ao mais grato empenho meu:
Para formar-lhe o retrato
Não bastam tintas do Céu
Na lira, ele fala sobre amores de Marília, procura cores que a deduzam e compara ela com flores e ele vai em busca de cores que sejam iguais e parecidas com ela. Ele fala que no céu ele poderia encontrar tais belezas como as que Marília tem nos olhos, na face.
A Marília, meus amores;
Porém como? Se eu não vejo
Quem me empreste as finas cores:
Dar-mas a terra não pode;
Não, que a sua cor mimosa
Vence o lírio, vence a rosa,
O jasmim, e as outras flores.
Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Mas não se esmoreça logo;
Busquemos um pouco mais;
Nos mares talvez se encontrem
Cores, que sejam iguais.
Porém não, que em paralelo
Da minha Ninfa adorada
Pérolas não valem nada,
E nada valem corais.
. Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Só no Céu achar-se podem
Tais belezas, como aquelas,
Que Marília tem nos olhos,
E que tem nas faces belas.
Mas às faces graciosas,
Aos negros olhos, que matam,
Não imitam, não retratam
Nem Auroras, nem Estrelas.
Ah! Socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Entremos, Amor, entremos,
Entremos na mesma Esfera,
Venha Palas, venha Juno,
Venha a Deusa de Citera,
Porém não, que se Marília
No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse,
A todas as três vencera.
Vai-te, Amor, em vão socorres
Ao mais grato empenho meu:
Para formar-lhe o retrato
Não bastam tintas do Céu
Na lira, ele fala sobre amores de Marília, procura cores que a deduzam e compara ela com flores e ele vai em busca de cores que sejam iguais e parecidas com ela. Ele fala que no céu ele poderia encontrar tais belezas como as que Marília tem nos olhos, na face.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
- A idealização da mulher amada, como vemos no sexto parágrafo, onde Dirceu descreve Marília. Ele fala sobre sua face, seus olhos.compara beleza dela com as que tem no céu
- Utilização de Personagem da Mitologia no segundo paragrafo, quando o eu-lirico usa Ninfa, uma personagem da mitologia
GLOSSÁRIO
- Ninfa: membro de uma grande categoria de deusa-espíritos naturais femininos, as vezes igualados a um local, um objeto particular. Muitas vezes, ninfas compõem o aspecto de variados deuses e deusas.
Jhully Thays
Número - 17
1º C
LIRA VI
Oh! Quanto pode em nós a vária Estrela!
Que diversos que são os gênios nossos!
Qual solta a branca vela,
E afronta sobre o pinho os mares grossos;
Qual cinge com a malha o peito duro,
E marchando na frente das coortes,
Faz a torre voar, cair o muro.
O sórdido avarento em vão defende
Que possa o filho entrar no seu tesouro;
Aqui fechado estende
Sobre a tábua, que verga, as barras d’ouro.
Sacode o jogador do copo os dados;
E numa noite só, que ao sono rouba,
Perde o resto dos bens, do pai herdados.
O que da voraz gula o vício adora,
Da lauta mesa os seus prazeres fia.
E o terno Alceste chora
Ao som dos versos, a que o gênio o guia.
O sábio Galileu toma o compasso,
E sem voar ao Céu, calcula, e mede
Das Estrelas, e Sol o imenso espaço.Enquanto pois, Marília, a vária gente
Se deixa conduzir do próprio gosto,
Passo as horas contente
Notando as graças do teu lindo rosto.
Sem cansar-me a saber se o Sol se move;
Ou se a terra volteia, assim conheço
Aonde chega o poder do grande Jove.
Noto, gentil Marília, os teus cabelos.
E noto as faces de jasmins, e rosas:
Noto os teus olhos belos,
Os brancos dentes, e as feições mimosas:
Quem faz uma obra tão perfeita, e linda,
Minha bela Marília, também pode
Fazer os Céus, e mais, se há mais ainda.
Na lira VI, fala que o gênio está no mar com seu grande barco, é o sórdido avarento defende que o filho entra no seu tesouro, e assim o filho rouba todos os bens de seu pai herdado. O gênio guia o sábio Galileu e assim ele calcula e mede as estrelas e o Sol. E assim, Marília nota as graças do seu lindo rosto, sem se cansar, nota os cabelos, face e os dentes brancos. E assim, Marília pode fazer os céus e muito mais.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
Que diversos que são os gênios nossos!
Qual solta a branca vela,
E afronta sobre o pinho os mares grossos;
Qual cinge com a malha o peito duro,
E marchando na frente das coortes,
Faz a torre voar, cair o muro.
O sórdido avarento em vão defende
Que possa o filho entrar no seu tesouro;
Aqui fechado estende
Sobre a tábua, que verga, as barras d’ouro.
Sacode o jogador do copo os dados;
E numa noite só, que ao sono rouba,
Perde o resto dos bens, do pai herdados.
O que da voraz gula o vício adora,
Da lauta mesa os seus prazeres fia.
E o terno Alceste chora
Ao som dos versos, a que o gênio o guia.
O sábio Galileu toma o compasso,
E sem voar ao Céu, calcula, e mede
Das Estrelas, e Sol o imenso espaço.Enquanto pois, Marília, a vária gente
Se deixa conduzir do próprio gosto,
Passo as horas contente
Notando as graças do teu lindo rosto.
Sem cansar-me a saber se o Sol se move;
Ou se a terra volteia, assim conheço
Aonde chega o poder do grande Jove.
Noto, gentil Marília, os teus cabelos.
E noto as faces de jasmins, e rosas:
Noto os teus olhos belos,
Os brancos dentes, e as feições mimosas:
Quem faz uma obra tão perfeita, e linda,
Minha bela Marília, também pode
Fazer os Céus, e mais, se há mais ainda.
Na lira VI, fala que o gênio está no mar com seu grande barco, é o sórdido avarento defende que o filho entra no seu tesouro, e assim o filho rouba todos os bens de seu pai herdado. O gênio guia o sábio Galileu e assim ele calcula e mede as estrelas e o Sol. E assim, Marília nota as graças do seu lindo rosto, sem se cansar, nota os cabelos, face e os dentes brancos. E assim, Marília pode fazer os céus e muito mais.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
- No terceiro parágrafo da lira, cita um personagem da mitologia grega, Alceste, uma princesa, filha de Pélias, Rei de Lolco, sua foi anaxibia.
- A grande viagem, no primeiro parágrafo da lira, fala da viagem, como foi em alto mar.
- O roubo do tesouro, no segundo parágrafo, fala do roubo em que o filho rouba em uma noite, o tesouro herdado.
- O sábio Galileu, no quarto parágrafo da lira, o gênio guia Galileu e assim, Galileu pode caucular e medir as estrelas e o sol do imenso espaço.
- Marília, notando as graças do seu lindo rosto, notando seus cabelos, dentes brancos, e as feições mimosas.
GLOSSÁRIO:
- Sórdido: imundo, porco, que provoca nojo e repugnância, asqueroso, nojento.
- Avarento: muito agarrado ao dinheiro.
SITUAÇÃO HISTÓRICA: Na época, as pessoas batalhavam pelos seus direito e por isso aconteciam muitas brigas e conflitos.
Stefanny Sarah
Número - 35
1º C
ASSONÂNCIAS
"Venha Palas, venha Juno,
Venha a Deusa de Citera..." (LIRA VII, ASSONÂNCIA EM A).
"No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse..." (LIRA VII, ASSONÂNCIA EM E).
Nancy Barros
Número - 29
1º "C"
Venha a Deusa de Citera..." (LIRA VII, ASSONÂNCIA EM A).
"No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse..." (LIRA VII, ASSONÂNCIA EM E).
Nancy Barros
Número - 29
1º "C"
LIRA II
Pintam, Marília, os Poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.
Porém eu, Marília, nego,
Que assim seja Amor; pois ele
Nem é moço, nem é cego,
Nem setas, nem asas tem.
Ora pois, eu vou formar-lhe
Um retrato mais perfeito,
Que ele já feriu meu peito;
Por isso o conheço bem.
Os seus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam,
São que os de Apolo mais belos;
Mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite;
E com o branco do rosto
Fazem, Marília, um composto
Da mais formosa união.
Tem redonda, e lisa testa,
Arqueadas sobrancelhas;
A voz meiga, a vista honesta,
E seus olhos são uns sóis.
Aqui vence Amor ao Céu,
Que no dia luminoso
O Céu tem um Sol formoso,
E o travesso Amor tem dois.
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas
Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.
Dos rubins mais preciosos
Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.
Mal vi seu rosto perfeito
Dei logo um suspiro, e ele
Conheceu haver-me feito
Estrago no coração.
Punha em mim os olhos, quando
Entendia eu não olhava:
Vendo o que via, baixava
A modesta vista ao chão.
Chamei-lhe um dia formoso:
Ele, ouvindo os seus louvores,
Com um gesto desdenhoso
Se sorriu, e não falou.
Pintei-lhe outra vez o estado,
Em que estava esta alma posta;
Não me deu também resposta,
Constrangeu-se, e suspirou.
Conheço os sinais, e logo
Animado de esperança,
Busco dar um desafogo
Ao cansado coração.
Pego em teus dedos nevados,
E querendo dar-lhe um beijo,
Cobriu-se todo de pejo,
E fugiu-me com a mão.
Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato,
Contigo estarás dizendo,
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto,
Que ele foi quem me venceu.
Na lira II , os poetas tentam mostrar ao cupido um tipo de mulher ideal no caso Marília, falam do amor idealizado por Marília e que opõe-se a Marília ''real'', menina brasileira de olhos e cabelos escuros com a beleza invejável , e que tem a voz meiga e o olhar honesto, o eu-lirico fala de sua face mimosa e a compara com os bens preciosos . No poema há características tipicamente românticas , e o retrato estereotipado de Marília ,o poeta tem atitude visivelmente romântica .
CARATERÍSTICAS DO ARCADISMO:
GLOSSÁRIO
Juliana Araujo
N°:19
1°C
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.
Porém eu, Marília, nego,
Que assim seja Amor; pois ele
Nem é moço, nem é cego,
Nem setas, nem asas tem.
Ora pois, eu vou formar-lhe
Um retrato mais perfeito,
Que ele já feriu meu peito;
Por isso o conheço bem.
Os seus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam,
São que os de Apolo mais belos;
Mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite;
E com o branco do rosto
Fazem, Marília, um composto
Da mais formosa união.
Tem redonda, e lisa testa,
Arqueadas sobrancelhas;
A voz meiga, a vista honesta,
E seus olhos são uns sóis.
Aqui vence Amor ao Céu,
Que no dia luminoso
O Céu tem um Sol formoso,
E o travesso Amor tem dois.
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas
Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.
Dos rubins mais preciosos
Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.
Mal vi seu rosto perfeito
Dei logo um suspiro, e ele
Conheceu haver-me feito
Estrago no coração.
Punha em mim os olhos, quando
Entendia eu não olhava:
Vendo o que via, baixava
A modesta vista ao chão.
Chamei-lhe um dia formoso:
Ele, ouvindo os seus louvores,
Com um gesto desdenhoso
Se sorriu, e não falou.
Pintei-lhe outra vez o estado,
Em que estava esta alma posta;
Não me deu também resposta,
Constrangeu-se, e suspirou.
Conheço os sinais, e logo
Animado de esperança,
Busco dar um desafogo
Ao cansado coração.
Pego em teus dedos nevados,
E querendo dar-lhe um beijo,
Cobriu-se todo de pejo,
E fugiu-me com a mão.
Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato,
Contigo estarás dizendo,
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto,
Que ele foi quem me venceu.
Na lira II , os poetas tentam mostrar ao cupido um tipo de mulher ideal no caso Marília, falam do amor idealizado por Marília e que opõe-se a Marília ''real'', menina brasileira de olhos e cabelos escuros com a beleza invejável , e que tem a voz meiga e o olhar honesto, o eu-lirico fala de sua face mimosa e a compara com os bens preciosos . No poema há características tipicamente românticas , e o retrato estereotipado de Marília ,o poeta tem atitude visivelmente romântica .
CARATERÍSTICAS DO ARCADISMO:
- Idealização da mulher amada: na quinta estrofe o eu-lirico diz a Marília que na sua face mimosa estão misturadas pupureas folhas de rosa e brancas folhas de Jasmim. Fala o quanto Marília é perfeita e preciosa.
- Convencionalismo amoroso: durante a lira, ele vai falando sobre o amor que ele sente por Marília e quão bela Marília é.
SITUAÇÃO HISTÓRICA: Na época, ocorreu a inconfidência mineira, acreditavam que Tomás era o lider pois as reuniões sempre aconteciam em sua casa e na casa de Cláudio Manuel, onde se discutiam planos e as leis para a nova ordem.
GLOSSÁRIO
• Aljava: Estojo para guardar setas, e que se trazia pendente ao ombro.
•Tenro: Mole, brando , delicado,agradável
Juliana Araujo
N°:19
1°C
LIRA III
De amar, minha Marília, a formosura.
Não se podem livrar humanos peitos.
Adoram os heróis; e os mesmos brutos.
Aos grilhões de Cupido estão sujeitos.
Quem, Marília, despreza uma beleza,
A luz da razão precisa;
E se tem discurso, pisa.
A lei, que lhe ditou a Natureza.
Cupido entrou no Céu. O grande Jove
Uma vez se mudou em chuva de ouro;
Outras vezes tomou as várias formas
De General de Tebas, velha, e touro.
O próprio Deus da Guerra desumano
Não viveu de amor ileso; Quis a Vênus, e foi preso.
Na rede, que lhe armou o Deus Vulcano.
Mas sendo amor igual para os viventes,
Tem mais desculpa, ou menos esta chama:
Amar formosos rostos acredita,
Amar os feios de algum modo infama.
Que lê que Jove amou, não lê nem topa,
Que ele amou vulgar donzela:
Lê que amou a Dânae bela,
Encontra que roubou a linda Europa.
Se amar uma beleza se desculpa
Em quem ao próprio Céu, e terra move:
Qual é a minha glória, pois igualo,
Ou excedo no amor ao mesmo Jove?
Amou o Pai dos Deuses Soberano
Um semblante peregrino:
Eu adoro o teu divino,
O teu divino rosto, e sou humano.
Na lira III, Dirceu descreve que o amor e igual para todos os
humanos com lado sentimentalistas e também com lado vulgar, ate mesmo o próprio
Deus da guerra foi preso nessa armadilha de amar a vulgar Venus... Ela se Marília
se refere como uma pessoa qualquer que pode errar nessa grande armadilha que é
o amor tanto sentimental quanto vulgar.
CARACTERISTICAS DO ARCADISMO
· Convencionalismo
amoroso: Ela durante toda a lira utiliza do convencimento para dizer que o amor
e bom de qualquer forma apresentados na lira.
· linguagem simples:Ela é bem direta no assunto proposto.
GLOSSÁRIO
grilhões
: . Corrente
de metal, formada de anéis encadeados.
Cordão de ouro.
. Cadeia, prisão.
. Algema.
Cordão de ouro.
. Cadeia, prisão.
. Algema.
Peregrino
: Que
peregrina.
Estranho, estrangeiro.
De bondade ou beleza rara.
Sara J. Souza-34
Estranho, estrangeiro.
De bondade ou beleza rara.
Sara J. Souza-34
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
LIRA I
"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço:
Enquanto a luta jogam os Pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Depois de nos ferir a mão da morte,
Ou seja neste monte, ou noutra serra,
Nossos corpos terão, terão a sorte
De consumir os dois a mesma terra.
Na campa, rodeada de ciprestes,
Lerão estas palavras os Pastores:
“Quem quiser ser feliz nos seus amores,
Siga os exemplos, que nos deram estes.”
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"
Nancy Barros
Número - 29
1 "C"
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Mas tendo tantos dotes da ventura,
Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
Depois que teu afeto me segura,
Que queres do que tenho ser senhora.
É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte, e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Os teus olhos espalham luz divina,
A quem a luz do Sol em vão se atreve:
Papoula, ou rosa delicada, e fina,
Te cobre as faces, que são cor de neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamos vapora.
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de Amor igual tesouro.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço:
Enquanto a luta jogam os Pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Depois de nos ferir a mão da morte,
Ou seja neste monte, ou noutra serra,
Nossos corpos terão, terão a sorte
De consumir os dois a mesma terra.
Na campa, rodeada de ciprestes,
Lerão estas palavras os Pastores:
“Quem quiser ser feliz nos seus amores,
Siga os exemplos, que nos deram estes.”
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"
Na Lira I, do livro Marília de Dirceu, o eu-lírico começa se apresentando para Marília. Ele fala de seus dotes e de suas riquezas, de seu pasto e suas ovelhas, que lhe dão conforto e vida boa. Dirceu fala sobre sua juventude e sobre seu talento com o canto e com a música e diz que é invejado por isso.
Dirceu diz também que, embora tenha toda essa riqueza que o pasto e o rebanho lhe proporciona, isso de nada vale se ele não tiver o amor de Marília e que tudo que pode dar a ela é apreço.
Ele descreve o modo como vê Marília, diz que sua face é cor de neve e cabelos de ouro. Dirceu diz a Marília que ela terá uma vida feliz e confortável ao lado dele e que serão felizes até a morte, pois terão a sorte de consumir a mesma terra, e que serão lembrados com apreço pelas outras pessoas.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
Na lira, várias características do arcadismo são percebidas. São elas:
- A idealização da mulher amada, como vemos no quarto parágrafo, onde Dirceu descreve Marília. Ele fala sobre sua face, seus olhos, seus cabelos e seu corpo. Fala de como ela é gentil e como ele a ama.
- A valorização da vida no campo durante toda a lira, quando ele fala de sua vida tranquila e confortável no campo, com seu pasto e suas ovelhas.
- A mediocridade áurea (mediocridade dourada), quando ele deixa claro que a sua riqueza e seu poder é medíocre e de nada vale se ele não tiver o amor de Marília.
- O pastoralismo também é predominante. Durante a lira, Dirceu se refere a Marília e a outros personagens usando pseudônimos e chamando-os de pastores/pastora.
GLOSSÁRIO
- Semblante: rosto, fisionomia.
- Papoula: Planta de cujas flores se obtém o ópio (substância usada como narcótico).
SITUAÇÃO HISTÓRICA: "Do ponto de vista histórico, o século XVIII é o século das luzes, momento em que se desenvolve uma visão científica do mundo. A ciência e o racionalismo constituem as luzes com que se costuma caracterizar o século. A razão ilumina, ilustra; daí as palavras iluminação e ilustração que caracterizam as manifestações culturais do momento, o conjunto das tendências características. No campo da literatura, o Neoclassicismo representa, nas diversas literaturas europeias uma generalizada reação contra o Barroco, sob o irresistível impulso do pensamento racionalista dominante em toda a Europa a partir do século XVIII..." -- http://www.resumosdelivros.com.br/t/tomaz-antonio-gonzaga/marilia-de-dirceu/
Nancy Barros
Número - 29
1 "C"
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